2010



E agora faltam apenas algumas horas para 2010...
Para ser mais exata, minha felicidade é maior não só pelo ano que vem, mas por saber que só faltam 7 horas para acabar 2009.

Foi um ano ruim.
Mas também foi muito bom.
Tive derrotas maravilhosas, e vitórias tristes, vazias.
Confuso, não?!
Foi bem assim... nunca a expressão ''para dar um passo para frente é necessário dar dois para trás'' fez tanto sentido.
Em cada vitória fácil, eu não sentia nada além de uma alegria momentânea e nada mais.
Entretanto, pelas coisas que tive que lutar de verdade - inclusive as que não conquistei - vinha uma sensação de dever cumprido, de trabalho feito.


E então, perder não foi necessariamente ruim, e ganhar nem sempre foi bom.

Também foi um ano exaustivo.
Emocional e fisicamente exaustivo.
Eu briguei pelo que acreditava, eu lutei pelo que eu queria, eu chorei muito... e conquistei coisas e pessoas que não sabia ser capaz de conquistar, mas como tudo tem um preço, perdi outras tantas coisas e pessoas.
Consegui um estágio, minha liberdade, fiz novos amigos, ganhei espaço.
Perdi sim, pessoas importantes, ou por não acompanharem meu ritmo, ou por tomaram decisões que eu não concordo.
Mas quer saber?!
Hoje eu não me arrependo, porque eu tenho a paz de espírito de saber que perdi pra não me perder.

E perdendo essas pessoas, ganhei tantas outras.
Ganhei pessoas maravilhosas, que estarão em 2010 nas vitórias, derrotas, dias bons, dias ruins, mas farão o que realmente importa, estarão comigo... e não importa a distância física, estão comigo!

Resolvi não fazer grandes planos para 2010, simplesmente, deixar acontecer, deixar ser e deixar viver.
Viver... quero viver muito, viver mais intensamente, viver de verdade, como aprendi a viver.
Sim, também quero verdade, pessoas de verdade, em sua essência.
Quero vida, quero calor, quero sol, finais de semana com amigos, e o resto da semana tb!

E pra ter tudo isso, eu só preciso de duas coisas... coração aberto e pessoas que eu amo ao meu redor... o resto sempre há um jeito, desde que tenha meus amigos ao meu lado.

A todos que amo, meu mais sincero desejo de uma 2010 muito, mas muito bom msm!

E aqui me despeço deste blog... até a próxima década!
Vem, vem, vida nova vem!


''Eu vejo a vida
Melhor no futuro
Eu vejo isso
Por cima de um muro
De hipocrisia
Que insiste
Em nos rodear...

Eu vejo a vida
Mais clara e farta
Repleta de toda
Satisfação
Que se tem direito
Do firmamento ao chão...

Eu quero crer
No amor numa boa
Que isso valha
Pra qualquer pessoa
Que realizar, a força
Que tem uma paixão...

Eu vejo um novo
Começo de era
De gente fina
Elegante e sincera
Com habilidade
Pra dizer mais sim
Do que não, não, não...

Hoje o tempo voa amor
Escorre pelas mãos
Mesmo sem se sentir
Não há tempo
Que volte amor
Vamos viver tudo
Que há pra viver
Vamos nos permitir...

Eu quero crer
No amor numa boa
Que isso valha
Pra qualquer pessoa
Que realizar, a força
Que tem uma paixão...

Eu vejo um novo
Começo de era
De gente fina
Elegante e sincera
Com habilidade
Pra dizer mais sim
Do que não...

Hoje o tempo voa amor
Escorre pelas mãos
Mesmo sem se sentir
E não há tempo
Que volte amor
Vamos viver tudo
Que há prá viver
Vamos nos permitir...

E não há tempo
Que volte amor
Vamos viver tudo
Que há pra viver
Vamos nos permitir...''





Esse post em particular demorou bastante para tomar sua forma final...
Há dias eu começo a escrever, mas a inspiração sempre me escapa na terceira ou quarta linha.

Não tenho muitas palavras, são sentimentos difíceis de serem expressos, simplesmente porque eu ainda não sei o que sentir exatamente.
De uns eu sinto uma falta diferente, saudades que jamais imaginei sentir.
De outros, apenas me desapeguei.
Não por não fazerem falta, por não terem sido especiais e essenciais, apenas por não ter mais sentido... porque a cumplicidade acabou, não há mais sincronia de palavras e sentimentos.
As boas lembranças sempre permanecem, e quem sabe um dia as coisas não voltam ao normal... seja lá o que normal signifique.

Mas mesmo com tudo isso, há outra sensação boa, um misto da renovação que as passagens de ano trazem aos corações, somada a uma esperança particular, que não sei de onde vem, nem porque está, nem onde vai me levar.

E eu fico assim, com o Sol na pele, música invadindo meu coração...
Numa mistura incrível de beatles e música eletrônica...

FELIZ 2010









E foi então que apareceu a raposa:
- Boa dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira…
- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita…
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste…
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. não me cativaram ainda.
- Ah! desculpa, disse o principezinho.


Após uma reflexão, acrescentou:
- Que quer dizer “cativar”?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer “cativar”?
- Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que fazem. Tu procuras galinhas?
- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer “cativar”?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa “criar laços…
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo…
- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor… eu creio que ela me cativou…
- É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra…
- Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.

A raposa pareceu intrigada:
- Num outro planeta?
- Sim.
- Há caçadores nesse planeta?
- Não.
- Que bom! E galinhas?
- Também não.
- Nada é perfeito, suspirou a raposa.

Mas a raposa voltou à sua idéia.


- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra.
O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo…


A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
- Por favor… cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto…


No dia seguinte o principezinho voltou.


- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração… É preciso ritos.
- Que é um rito? perguntou o principezinho.
- É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias!


Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse…
- Quis, disse a raposa.
- Mas tu vais chorar! disse o principezinho.
- Vou, disse a raposa.
- Então, não sais lucrando nada!
- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.


Depois ela acrescentou:
- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo.


Foi o principezinho rever as rosas:
- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela á agora única no mundo.


E as rosas estavam desapontadas.

- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.


E voltou, então, à raposa:
- Adeus, disse ele…
- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa… repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa…
- Eu sou responsável pela minha rosa… repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.


FIM