Under the bridge in downtown


"Sometimes I feel like I don't have a partner
Sometimes I feel like my only friend
Is the city I live in, the city of angels
Lonely as I am, together we cry

I drive on her streets 'cause she's my companion
I walk through her hills 'cause she knows who I am
She sees my good deeds and she kisses me windy
I never worry, now that is a lie!"

Hoje está frio e eu pude dormir até tarde.
Eu dormi até não aguetar mais ficar na cama, até que aquela voz interna - seria ela a consciência? - me mandou levantar.
É estranho ser a última a levantar, e a casa e a cidade terem tanto som.
Há quanto tempo mesmo eu não dormia em casa nos dias que eu não tinha que ir para a faculdade?!
Meses.

Ontem, apesar da chuva, do trânsito, da pressa, foi o típico dia que eu pude me resgatar um pouco, que eu pude me colocar em primeiro plano, sem ser egoísta, sem me sentir culpada.
Um atípico dia que, em poucas horas, mudou os planos de cinco anos, modificou minhas prioridades... e que representou em horas todas as mudanças que a fase que eu me propus a entrar exigem de mim.


É confortante saber que eu não sei 'para onde' ou 'se' isso tudo vai me levar daqui para frente, o que importa é o que isso tudo já me fez sentir.

Mãos dadas
'Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a vida presente."
[[Carlos Drummond de Andrade]]

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